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Septicflesh faz show curto e devastador em São Paulo

Septicflesh faz show curto e devastador em São Paulo

28 de outubro de 2023


Crédito das fotos: Anderson Hildebrando/Metal no Papel

Precisamos falar um pouco das bandas de abertura antes de comentar como foi a apresentação da banda grega de death metal sinfônico Septicflesh. O grupo brasileiro que assumiu a responsabilidade de aquecer o público na noite de quinta-feira em São Paulo foi a banda Adverse. Formada em 2022, em São Paulo, a banda possui apenas um single intitulado ‘Hawthorn’s Whispers’ lançado este ano. Destaque para a baterista Juliana Novo que já fez parte das bandas estabelecidas no difícil cenário underground da música brasileira sendo elas o Crucifixion BR. A banda ainda possui em sua formação a vocalista Jaque Albino (ex-Infestatio), a baixista Patricia Schlithler (ex-Sinaya, ex-Dr.Murderer) e o guitarrista Michel Turim (ex-Crucifixion BR, ex-Crushing Souls). Além do single ‘Hawthorn’s Whispers’ e a incrível versão para “Arise” do Sepultura, a banda fez uma apresentação impressionante mostrando uma ferocidade ímpar da vocalista Jaque Albino como também da baterista Juliana Novo.

A banda argentina In Element foi claramente prejudicada por eles mesmos. Cheio de samplers e efeitos de trigger habilitados pelos canais da mesa de som, o In Element fez um show ruidoso onde não podíamos distinguir direito o que estava rolando musicalmente. Trajados com máscaras com uma alusão clara ao Slipknot, In Element soou confuso a princípio mas foi se sentindo mais confiante ao decorrer do show. Músicas autorais e interessantes como “Scorpion’s Paradox”, “Fear Is The Virus”, “Is Noise” e “Melancholia” se fundiram com a versão atrapalhada e completamente desnecessária para o clássico imortal do Phil Collins “In The Air Tonight” (que nem o Disturbed teve a coragem de destruir), me provocaram um sentimento de raiva e surpresa ao decorrer do show. A banda divulga o álbum de 2022 intitulado ‘Victory Or Defeat’ mas já publicou em redes sociais o nome de seu próximo trabalho intitulado ‘I Am the Universe’ – confiram pois o trabalho em estúdio soa melhor do que a experiência que tive ao vivo.

A banda grega Septicflesh foi recebida pelo público brasileiro com uma euforia que há algum tempo não testemunhava. A banda de death metal sinfônico que mescla elementos orquestrais a elementos típicos do oriente, trouxe músicas de seu novo e absurdamente bem executado álbum de estúdio ‘Modern Primitive’ lançado ano passado pela Nuclear Blast Records.

O vocalista e baixista Spirou “Seth” Antoniou teve o público na mão praticamente o show inteiro. Tivemos a famosa “wall of death” e muitas rodas de mosh enquanto a banda tocava as incríveis “The Collector”, “Hierophant”, “A Desert Throne” e “Neuromancer” – todas do álbum ‘Modern Primitive’. A banda não deixou de desfilar por álbuns como ‘Codex Omega’ e ‘Titan’ tocando grandes clássicos destes como “Prometheus” e “Martyr”.

Destaque para o baterista Kerim “Krimh” Lechner que é um verdadeiro monstro nas baquetas. A precisão dele é simplesmente devastadora. Não podemos deixar de citar o cérebro para estas músicas todas – o guitarrista Christos Antoniou, que empolgado deixava transparecer a grande emoção de retornar aos palcos da América do Sul junto ao seu braço direito Psychon – que duelo de guitarristas! A banda tocou por pouco mais de 1h 20min o que por muitos foi classificado como curto demais pela quantidade de clássicos que estão na mala desta talentosa banda grega. Faltaram músicas como “Prototype” e na minha humilde opinião a faixa “Titan” teria encaixado neste setlist também, mas me dei como satisfeito com os clássicos “Anubis” e “Persepolis” ambas retiradas do incrível ‘Communion’ (2008). Um show curto, mas que satisfez a sede de uma das melhores bandas de metal extremo orquestradas do Mundo.

Galeria do show