Memory Remains

Memory Remains: AC/DC – 47 anos de “Let There be Rock” e a entrada definitiva no rol das gigantes do Rock

21 de março de 2024


Há 47 anos, em 21 de março de 1977, o AC/DC lançava “Let There be Rock“, o quarto álbum da extensa discografia dos australianos mais amados do Rock e que é assunto do nosso Memory Remains desta quinta-feira.

A data de hoje refere-se ao lançamento do álbum na Austrália, pois o restante do planeta só teve acesso ao play em julho do mesmo ano, com uma sutil diferença no tracklist: na edição australiana consta a música “Crabsody in Blue“, que na versão internacional foi substituída por uma reedição da faixa “Problem Child“, originalmente lançada no álbum anterior, “Dirt Deeds Done Dirt Cheap” (1976).

O álbum é marcado também por ser o último a contar com o baixista Mark Evans, que saiu logo depois do lançamento do álbum, por desentendimentos com ninguém menos que Malcolm Young. Nesta época, o AC/DC já gozava de um certo prestígio, principalmente na Austrália e na Europa, por onde eles já haviam feito shows abrindo para Black Sabbath, Aerosmith, Kiss e Blue Öyster Cult. No entanto, nos Estados Unidos a coisa demorou um bocado para acontecer. A Atlantic, gravadora da banda na terra do Tio Sam, simplesmente se recusou a lançar o terceiro álbum, pois entendia que a produção não era boa o suficiente. E a banda também ainda não havia feito uma turnê por lá.

Então eles foram até o Albert Studios, em Sydney, Austrália, por onde eles ficaram entre os meses de janeiro e fevereiro de 1977, sob os cuidados de George Young, irmão mais velho de Angus e Malcolm, juntamente com Harry Vanda. No ano de 2000, a VH1 gravou seu famoso documentário “Behind The Music” e o saudoso guitarrista Angus Young deu a seguinte declaração:

Eu e Malcolm dissemos: ‘Bem, nós realmente queremos muitas guitarras’, sabe? Grandes guitarras.” O primeiro álbum da banda lançado na Austrália, High Voltage, continha elementos de glam rock, enquanto os sucessivos lançamentos foram gravados aos poucos enquanto o grupo viajava incessantemente e também foram alterados para lançamento internacional”.

Isso refletiu no resultado final do álbum, que nos brinda com 40 minutos e 8 canções, tendo como destaques, além da faixa título, a música “Whole Lotta Rosie“, que se tornou uma das músicas mais icônicas do AC/DC, não deixando de ser tocada nos shows até os dias atuais. A música, ganhou versões de Guns N’ Roses, Bullet for my Vallentine e até mesmo dos brasileiros do Okotô, que eram liderados pela inesquecível Cherri Taketani. Muitos críticos consideram “Let There be Rock” como sendo o primeiro álbum pra valer do AC/DC.

O álbum frequentou algumas paradas musicais mundo afora, alcançando a 10ª posição nos Países Baixos, 17° no Reino Unido, 19° na Austrália, 29° na Suécia, 42° na Nova Zelândia e 154° na “Billboard 200“. Anos mais tarde, em 2003, o álbum chegou ao 37° posto na Noruega. Foi certificado com Disco de Ouro na França, Espanha e Reino Unido, Platina na Alemanha, Duplo Platina nos Estados Unidos e Quíntuplo Platina na Austrália.

A banda saiu em turnê e desta vez os Estados Unidos também esteve no roteiro, quando a banda esteve se apresentando em uma estação de rádio em Michigan. E a partir deste álbum, o AC/DC se tornou o verdadeiro gigante que é hoje. Depois a história iria se encarregar de colocar a banda no seu lugar merecido. Por isso, hoje é dia de celebrar essa lindeza de álbum, colocando-o para tocar no volume máximo enquanto nos enchemos de orgulho pela simples razão de ter vivido na mesma era destes australianos maravilhosos.

Let There be Rock – AC/DC

Data de lançamento – 21/03/1977

Gravadora – Albert

 

Faixas:

01 – Go Down

02 – Dog Eat Dog

03 – Let There Be Rock

04 – Bad Boy Boogie

05 – Overdose

06 – Crabsody in Blue

07 – Hell Ain’t a Bad Place to Be

08 – Whole Lotta Rosie

 

Formação:

Bon Scott – vocal

Angus Young – guitarra

Malcolm Young – guitarra

Mark Evans – baixo

Phil Rudd – bateria