Há 40 anos, em 13 de maio de 1985, o Dire Straits lançava “Brothers in Arms“, quinto álbum dessa banda que fez história e é tema do nosso Memory Remains desta terça-feira. Vamos contar um pouco da história deste belo álbum.
O guitarrista/ vocalista Mark Knopfler escreveu todas as canções do álbum e reuniu a banda para ensaiar as músicas. Quando se sentiram prontos, rumaram para o AIR Studios, localizado em Montserrat, um território ultramarino britânico, localizado no Caribe. Eles ficaram por lá entre novembro de 1984 e fevereiro de 1985. Infelizmente, hoje o estúdio está abandonado. Mark Knopfler e Neil Dorfsman foram os produtores. A dupla havia trabalhado como engenheiro de som no álbum “Love Over Gold“, de 1982.
O álbum tem um marco histórico: foi o primeiro álbum a ser inteiramente gravado em formato digital. Foi uma decisão de Mark Knopfler, pois ele visava melhorar a qualidade de gravação. Em entrevista, Neil Dorfsman observou o interesse do líder do Dire Straits pela tecnologia:
“Uma das coisas que eu respeitava totalmente nele, era seu interesse pela tecnologia como meio de melhorar sua música. Ele sempre estava disposto a gastar em equipamentos de alta qualidade”.
Durante as gravações, o baterista Terry Williams acabou sendo dispensado, mesmo depois de gravar todas as suas partes. Ocorre que tanto Knopfler quanto Dorfsman não ficaram satisfeitos com a performance do baterista e ele foi substituído por Omar Hakin, um baterista de jazz. Ambos são creditados no álbum. Entretanto, a única parte em que podemos ouvir a bateria de Williams é na famosa introdução de “Money for Nothing“.
O álbum foi lançado em CD, LP e fita cassete e há uma sutil diferença entre as versões. As músicas “So Far Away“, “Money for Nothing“, “Your Last Trick” e “Why Worry?” Aparecem em versões mais extensas nas edições em CD e cassete. Por conta disso, a versão em cassete, traz o lado B com aproximadamente dez minutos de fita virgem.
“Brothers in Arms” é composto de 55 minutos e 9 canções, das quais, cinco delas viraram hits absolutos do Dire Straits: “So Far Away“, “Money for Nothing“, “Walking of Life“, “Your Last Trick” e “Why Worry?“, esta, inclusive, foi tema da novela “Roda de Fogo“, da Rede Globo. O sucesso foi estrondoso, de crítica e público. Foi o primeiro álbum a alcançar a marca de um milhão de vendas em formato CD. Na época, o LP era a mídia mais popular e ainda assim, as vendas em CD superaram as do vinil.
O álbum vendeu feito água e recebeu certificações em diversas partes do planeta: Ouro na Argentina e Suécia; Platina na Suíça, Polônia, Itália Hong Kong e Alemanha; Duplo Platina na Finlândia; Triplo Platina no Brasil (veja só caro leitor, um álbum de Rock sendo certificado em nosso país, coisa impensável nos dias de hoje) e Espanha; quádruplo Platina na Áustria e Bélgica; sêxtuplo Platina na Suíça e Dinamarca; nove vezes Platina nos Estados Unidos, 14 vezes Platina no Reino Unido, 17 vezes Platina na Austrália, 24 vezes Platina na Nova Zelândia e Disco de Diamante na França e Canadá.
Nos charts mundo afora, o álbum alcançou o topo na maioria dos países que apareceu: Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Países Baixos (onde passou 269 semanas, sendo ali superado apenas por Adele e por Buena Vista Social Club), Finlândia, França, Alemanha, Nova Zelândia, Noruega, Espanha, Suécia, Suíça, Reino Unido (onde passou 14 semanas consecutivas) e na “Billboard 200“, onde ficou por 9 semanas consecutivas no topo. Ficou em 4° na Itália, 13° em Portugal, 39° na Hungria e 99° na Polônia. Em 2018, o álbum alcançou um total de 271 semanas nas paradas britânicas. O álbum também está na lista dos 200 álbuns definitivos da Rock and Roll Hall of Fame.
A banda saiu em turnê mundial, que foi um sucesso e a cereja do bolo foi a participação no famoso Live Aid, em Wembley, em 13 de julho de 1985, no qual a banda tocou “Money for Nothing“, com a participação de Sting, que ajudou a compôr o grande hit da banda e também gravou. E apenas dez anos depois, a banda estava separada. Uma ascenção meteórica e um final um tanto quanto melancólico.
Hoje é dia de celebrar esse belo álbum que envelhece muito bem, obrigado. Marcou época e está imortalizado na história da música como um dos mais importantes álbuns de todos os tempos. Vamos escutá-lo no volume máximo. Infelizmente, a banda não está mais em atividade e nada indica um retorno futuro.
Brothers in Arms – Dire Straits
Data de lançamento – 13/05/1985
Gravadora – Vertigo
Faixas:
01 – So Far Away
02 – Money For Nothing
03 – Walk of Life
04 – Your Latest Trick
05 – Why Worry
06 – Ride Across The River
07 – The Man’s Too Strong
08 – One World
09 – Brothers in Arms
Formação:
Mark Knopfler – guitarra/ vocal
John Illsley – baixo/ voz
Alan Clark – teclados
Guy Fletcher – teclados/ vocais
Terry Williams – introdução de bateria apenas em “Money for Nothing”
Participações especiais:
Michael Brecker – saxofone em “Your Latest Trick”
Randy Brecker – trompete em “Your Latest Trick”
Malcolm Duncan – saxofone
Omar Hakim – bateria/ percussão
Neil Jason – baixo em “One World”
Tony Levin – Stick em “Why Worry”
Jimmy Maelen – percussão
Mike Mainieri – vibrações on “Why Worry”
Dave Plews – trompete em “Ride Across the River”
Jack Sonni – sintetizadores em “The Man’s Too Strong”
Sting – vocal em “Money for Nothing”
