Memory Remains

Memory Remains: Iron Maiden – 37 anos de “Somewhere in Time” e o mergulho nos sintetizadores

29 de setembro de 2023


O ano de 1986 é comumente lembrado como o ano mais frutífero para o Heavy Metal. Metallica, Megadeth e Slayer por exemplo, lançaram algumas de suas obras-primas neste ano. No Heavy Metal tradicional, a coisa também não foi diferente, o Iron Maiden lançou também um de seus discos mais importantes. “Somewhere in Time“, lançado há 37 anos, em 29 de junho de 1986 e é Memory Remains desta sexta-feira.

O quinteto vinha do álbum que é considerado por muitos fãs e críticos como o melhor da carreira, que é “Powerslave“. A turnê foi bastante extensa e incluiu a inesquecível apresentação na primeira edição do Rock in Rio, no ano de 1985. Além disso, resultou na compilação do primeiro disco ao vivo da banda, o “Live After Death“. As expectativas por um novo ótimo disco da donzela eram enormes.

Grandes responsabilidades só são imputadas aos grandes e isso vale para todos os setores da nossa sociedade. Com o Iron não seria diferente, após a entrada de Bruce Dickinson e três discos de qualidade indiscutível, um quarto álbum com o mesmo selo era algo esperado e inevitável. Para isso, a banda se dividiu em dois grupos: o primeiro, composto por Steve Harris e Nicko McBrain, que atravessaram o Atlântico e gravaram suas partes no famoso “Compass Point Studios”, nas Bahamas, enquanto que os demais membros foram para a Holanda, onde registraram suas partes no “Wisseloord Studios”. Esse foi o primeiro álbum do Iron no qual eles fizeram uso dos sintetizadores. Na produção, Martin Birch, que produziu boa parte dos álbuns nesta primeira era da banda.

A arte da capa, assinada pelo parceiro de sempre Derek Riggs, mostra um Eddie futurista em um cenário igualmente futurista e a concepção é inspirada no filme Blade Runner, que teve o ator Harrisson Ford como protagonista. Já na parte lírica, o tema é a relação do homem com o tempo, que podemos perceber de maneira explícita nos títulos de algumas canções como “Caught Somewhere in Time”, “Wasted Years” ou “Déjà vu“, por exemplo.

O álbum é composto por oito faixas em 51 minutos, e nós temos a melhor sensação possível durante a audição. Era o Iron Maiden se consolidando como a maior banda de Heavy Metal naquele momento. “Heaven Can Wait” e “Wasted Years” são os grandes hits do play. “Somewhere in Time” foi muito bem recebido pela crítica e público na época de seu lançamento. A banda saiu em turnê pelo planeta, entre os anos de 1986 e 1987, com 151 shows em um espaço de 253 dias. Cinco das oito faixas fizeram parte do setlist daquela turnê.

Somewhere in Time” foi muito bem ranqueado nas paradas ao redor do mundo: 1°na Finlândia, 3° no Reino Unido, 5° na Nova Zelândia, 6° na Suécia, 8° na Noruega, 10° na Austrália, 11° na “Billboard 200″ (EUA) e 22° na Suiça. As vendas foram muito bem, obrigado e o álbum foi certificado com Disco de Ouro no Brasil, Reino Unido e Alemanha e Platina nos Estados Unidos e Canadá. Somente na terra do Tio Sam foram mais de um milhão de cópias vendidas. E é muito bom ver o Brasil na lista dos países que certificaram a banda por vendas, sabemos que o Heavy Metal, embora tenha uma quantidade razoável de fãs por estas terras, ainda é longe de ser um estilo popular.

Hoje é dia de celebrar esse belo álbum que caminha a passos largos de se tornar mais um quarentão na cena. Para nossa felicidade, o Iron Maiden segue na ativa, fazendo shows e lançando álbuns. Temos a sorte de pertencermos à mesma geração que a Donzela de Ferro. Desejamos longa vida a esta que é uma das maiores influências do Heavy Metal e um dos principais pilares do estilo.

Somewhere in Time – Iron Maiden

Data de lançamento – 29/09/1986 

Gravadora – EMI

Faixas:

01 – Caught Somewhere in Time

02 – Wasted Years

03 – Sea of Madness

04 – Heaven Can Wait

05 – The Loneliness of the Long Distance Runner

06 – Stranger in a Strange Land

07 – Déjà vu

08 – Alexander the Great (356 – 323 B.C.)

 

Formação:

Bruce Dickinson – vocal

Steve Harris – baixo

Adrian Smith – guitarra

Dave Murray – guitarra

Nicko McBrain – bateria