Memory Remains

Memory Remains: Krisiun – 23 anos de “Conquerors of Armageddon” e a ascensão na cena

7 de março de 2023

Em 07 de abril de 2000, o Krisiun lançava o terceiro álbum de sua gloriosa carreira. “Conquerors of Armageddon“, que marca a ascenção da banda no cenário e é tema do nosso Memory Remains desta terça-feira.

O álbum marca a estreia da banda pela Century Media, selo que mantém contrato com o trio até os dias atuais. E essa oportunidade surgiu após a grande repercussão que o álbum anterior, “Apocalyptic Revelation“, que rendeu turnês pela Europa, tocando com Cradle of Filth, Napalm Death e Borknagar. Depois uma tour pela Alemanha trazendo o Soilwork como banda de abertura e depois uma tour pelos Estados Unidos, onde tocou com o Angelcorpse e o Incantation. No meio disso tudo, eles também gravaram uma versão para as músicas “Total Death“, do Kreator e “Nuclear Winter“, do Sodom, que fizeram parte dos álbuns tributos às duas das mais importantes e influenciadoras do Thrash Metal germânico. Tudo isso acontecendo ao mesmo tempo e o trio aproveitou para marcar de vez seu nome no cenário do Death Metal mundial.

Em meio a tudo isso, os irmãos viajaram para cidade de Buchne, na Alemanha, onde se instalaram durante os meses de novembro e dezembro de 1999, no Stage one Studios. A produção, assinada por Erik Rutan, hoje guitarrista do Cannibal Corpse. No final de 1999, a banda teve oportunidade de tocar com o produtor do play e a banda que este integrava na época, o Morbid Angel, que foi um momento de realização para os brasileiros. Afinal de contas, o clássico “Altar of Madness” foi um dos primeiros álbuns a ser adquiridos pelo baixista/ vocalista Alex Camargo, antes mesmo de o Krisiun existir.

Musicalmente, o álbum é praticamente perfeito e pode perfeitamente encabeçar qualquer lista dos melhores álbuns de Death Metal da segunda geração das bandas deste estilo. Ainda impressiona como um power-trio pode fazer uma sonzeira tão desgraçada, com tanta técnica, quanto esses gaúchos. A bateria insana de Max Kolesne, que mostra o porque de ser o mais veloz de todos, a guitarra ultrapassada e complexa de Moysés Kolesne, aliada ao vocal insano e o baixo pesado de Alex Camargo. Difícil eleger uma música como a melhor, mas podemos citar “Cursed Scrolls“, “Messiah’s Abomination” e a faixa título, cujo refrão gruda em nossa cabeça. Quem não sai cantarolando “Kill, Kill, Kill, Lord Jesus Christ”, que atire a primeira pedra.

Depois do lançamento, a banda retornou a estrada, em um total de mais de 120 shows pelo Brasil, Estados Unidos e Europa, ao lado de nomes como Satyricon, Immortal, Old Man’s Child, Gorgoroth, Kataklysm, Dismember e com direito a cumprimentos do guitarrista do Slayer, Kerry King no backstage e apresentação no With Full Force, que naquela edição teve o Iron Maiden celebrando o retorno de seu vocalista, Bruce Dickinson. Era o Krisiun começando a estabelecer seu nome no mundo e com o selo de “Made in Brazil”, para nosso orgulho. Sim, pois nossa ideia de patriotismo é reconhecer as conquistas do nosso povo aqui em nossas terras e ao redor do globo terrestre, ao contrário de uns e outros que acham que defender ataque à democracia, atos terroristas, defesa de golpe de Estado e passar pano para ex-presidente que tentou entrar ILEGALMENTE com jóias no país, seja patriotismo.

Felizmente o Krisiun segue na ativa, sem sofrer qualquer baixa com a pandemia, que ainda não terminou e exige de nós todo o cuidado possível. Eles estão em turnê divulgando seu mais novo petardo, “Mortem Solis“, lançado no ano passado e que figurou em algumas listas de melhores lançamentos de 2022. Infelizmente nesta atual turnê, a banda acabou não incluindo nenhuma música do aniversariante do dia. Uma banda com mais de 30 anos de estrada e 12 álbuns gravados, algumas músicas ficam mesmo de fora. Mas isso não tira o brilho deste “Conquerors of Armageddon“, que merece e deve ser celebrado. E escutado no volume máximo. O Krisiun merece toda nossa reverência pela sua brilhante história e principalmente por ter consciência de classe. Quem vê os shows da banda, sabe que eles promovem a inclusão. E sabem que o Rock e Metal não deve nunca se misturar com o fascismo.