Memory Remains

Memory Remains: Obituary – 18 anos de “Frozen in Time” e o fim do hiato em grande estilo

12 de julho de 2023


Há 18 anos, em 12 de julho de 2005, o Obituary lançava “Frozen in Time“, o seu quinto full-lenght, o primeiro após o retorno da banda e é uma espécie de continuação do álbum anterior, “Back From the Dead“, devido ao clina das músicas e as semelhanças. O que os separa são os 8 anos entre um lançamento e outro. O álbum é tema do nosso Memory Remains desta quarta-feira.

Em 1997, após a turnê de divulgação de “Back From the Dead“, a banda acabou se separando, alegando cansaço com os shows. A banda lançou o ao vivo “Dead” e desde então, os fãs se sentiram órfãos e sempre aguardavam alguma pista de que a banda voltaria em um futuro breve. Durante este hiato, Donald Tardy tocou na banda de Andrew W.K.; Allen West concentrou seus esforços no Lowborw e no Six Feet Under; Trevor Peres, por sua vez, fundou o Catastrophic.

Somente em 2003, a banda se reuniu e para alegria de todos, saiu em 2005 o álbum homenageado de hoje, seguido do primeiro DVD da banda, chamado “Frozen Alive“, que reunia algumas das faixas mais icônicas da banda e também faixas do aniversariante do dia. Então, a mesma formação que gravou o álbum anterior, juntou-se ao produtor Mark Prator, com a banda assinando a co-produção e Scott Burns na produção executiva. Ele, que voltaria a trabalhar com a banda desde “World Demise” (1994), marcaria sua despedida, uma vez que se aposentaria logo depois. E assim todos adentraram ao estúdio “Red Room Recorders“, em Tampa, Flórida e saíram de lá com essa belezura, que fora lançada pela Roadrunner, assim como todos os outros álbuns anteriores.

Em 34 minutos, a banda retorna curta e grossa, em dez canções com média de 3 minutos cada. A mais extensa é a de fechamento, “Lockjaw“, com pouco mais de 4 minutos. Então vamos destrinchar faixa por faixa deste maravilhoso play; “Redneck Stomp” é a faixa instrumental que abre o play e aqui temos os riffs poderosos da dupla Trevor Peres e Allen West, juntamente com as batidas precisas de Donald Tardy. Simplesmente maravilhosa. “On the Floor” tem um andamento mais rápido, embora com uma breve grooveada no refrão. Aqui temos de volta aquele vocal desesperador, característico de John Tardy. Essa é música para abrir qualquer mosh e também para levantar defunto. Abertura melhor não poderia haver.

Insane” é uma das que lembram o que foi gravado em “Back From the Dead”; uma música com riffs infernais, mostrando que a separação não afetou o entrosamento de Trevor e West, além de outro show de Donald Tardy na bateria. É uma das minhas favoritas do play. “Blindsided” traz aquele climão típico do Obituary, um som mais arrastadão, com direito a partes mais grooveadas da bateria de Donald Tardy. O peso se mantém intacto e os berros insanos de John Tardy estão bem presentes aqui.

Back Inside“. Uma música forte, pesada, mais cadenciada em suas estrofes, mas ganhando velocidade no refrão. A versão de estúdio é ótima, mas eu ainda fico com a versão ao vivo. Em “Mindset“, os caras tiram mais uma vez o pé do acelerador, então temos aquela atmosfera que só o Obituary sabe nos proporcionar quando flerta com o Doom. Excelente música.

Stand Alone” tem uma energia impressionante, que ao vivo se torna ainda mais poderosa.  Já “Slow Death” é carregada de Groove em sua intro e batidas que soam interessantes, mas nada comparado ao que bandas com mais conhecimento desse tipo de ritmo, como as brasileiras Sepultura, Angra e Overdose, por exemplo, fariam muito melhor. Mas não vamos exigir muito dos reis do Death Metal. A música é boa, mesclando essas batidas da intro com o “Slowly” da música em sua extensão. Em “Denied” temos muito peso e riffs da dupla Trevor e Allen, mostrando que seguem afiados. Donald Tardy ajuda com sua pegada nervosa na bateria. Outra música excepcional,

E fechando com chave de ouro um disco que não tem uma música ruim, temos outra que se destaca entre as melhores do play: “Lockjaw“, que começa com umas guitarras “Sabbathianas”… Sim, o pai de todos os guitarristas do Heavy Metal, o Sr. Tony Iommi, apareceu como influência nos riffs da intro deste sonzão, onde logo Donald Tardy chega com sua virada transformando a música em uma quebradeira só, e os riffs aparecem mais velozes, com direito a partes mais grooveadas no final. Essa música nasceu clássica. Que discão! Você nem percebe e já passou meia hora e tudo que o ouvinte faz é colocar para repetir. O que é bom dura pouco.

Por ser uma banda extrema, não é comum que os álbuns do Obituary figurem nos charts, porém, o álbum de retorno da banda obteve a 38ª posição no Top 100 da Polônia. E na tour deste álbum, foi gravado o primeiro vídeo dos caras. O sensacional “Frozen Alive”, onde a banda nos brinda com uma das apresentações deste retorno, mesclando faixas antigas com atuais.

Assim conseguimos constatar que a melhor coisa que o Obituary fez lá em 1997, foi dar um tempo. Os caras voltaram revigorados, com sede de fazer som pesado e “Frozen in Time” é considerado por este que vos escreve como um dos melhores, senão o melhor lançamento da banda desde seu retorno. Mas, enfim, hoje é dia de festejarmos esse álbum estupendo. O quinteto da Flórida não nos decepciona com seus lançamentos e tudo que podemos fazer é além de agradecer a existência deles, desejar também uma longa vida ao nosso “Bitu”, que para nossa felicidade acabou de lançar mais um play, o maravilhoso “Dying of Everything“, que certamente estará nas listas de melhores discos do ano.

Frozen in Time – Obituary

Data de lançamento – 12/07/2005

Gravadora – Roadrunner

 

Faixas:

01 – Redneck Stomp

02 – On the Floor

03 – Insane

04 – Blindsided

05 – Back Inside

06 – Mindset

07 – Stand Alone

08 – Slow Death

09 – Denied

10 – Lockjaw

 

Formação:

John Tardy – vocal

Donald Tardy – bateria

Trevor Peres – guitarra

Allen West – guitarra

Frank Watkins – baixo