Com com 11 faixas do clássico death metal nacional, o disco “Retirantes do Holocausto” foi lançado em 2019 pela banda paulista Invokaos, mas só agora pude parar e ouvir com calma mais este trabalho brasileiro. O álbum está disponível nas plataformas de streaming e em material físico, em uma parceria dos selos ABC Terror, Metal Mania, Tales From The Pit e Pancadaria Sonora.
Em tempos de resistência, a arte se mostra como uma voz que não pode ser silenciada e é preciso se expressar da forma mais brutal que conseguir. E isso o Invokaos faz muito bem. A primeira coisa a chamar atenção é a arte de capa do álbum, uma releitura da famosa pintura ‘Os Retirantes’ (1944), de Candido Portinari, que faz parte do acervo do Museu de Arte de São Paulo (MASP). Nela, Bacchiega, que também assina toda a arte gráfica, adaptou os personagens da história e da mascote da banda, Kira.
Indico a música “Maldito”, grindcore que homenageia o renomado cineasta brasileiro José Mojica Marins, mundialmente conhecido como Zé do Caixão – morto ano passado devido complicações causadas por broncopneumonia. “Canibalismo e Caos”, que mostra um retrato da sociedade em que o caos, causado pelo individualismo, é constante, e com um ritmo que lembra muito o saudoso Ratos de Porão. “Não Servirei”, faixa digna de se tornar um hino!
Criado em 2017, o quarteto paulista Invokaos, da região de Diadema, trouxe um ótimo disco, com tudo que os amantes do metal pesado gostam: música para o bate cabeça, letras com críticas ao sistema, energia, bons riffs e uma arte bem feita. A banda soube passar a sua mensagem com letras bem escritas e a pegada death/grind. Um dos melhores discos nacionais da atualidade.
Formação:
Bruno Bacchiega (vocal)
Alexandre Jansen (guitarra)
Léo Bulhões (baixo)
Thiago Queiroz (bateria)
