Memory Remains

Memory Remains: Helloween – 20 anos de “Rabbit Don’t Come Easy” e a reestruturação após um período sombrio

12 de maio de 2023


O Memory Remains desta sexta-feira vai tratar de um álbum que completa 20 anos nesta presente data: “Rabbit, Don’t Come Easy“, do Helloween, o décimo álbum da carreira de uma das bandas criadoras do Power Metal. Vamos contar um pouco da história deste álbum para você, siga nos.

Após o turbulento álbum anterior, o maravilhoso “The Dark Ride” (2000), que marcava a estreia do quinteto pela Nuclear Blast, que inclusive culminou com as saídas do guitarrista Roland Grapow e do baterista Uli Kusch. Para ocupar as vagas deixadas pelos dois, que formaram o Masterplan, vieram o guitarrista Sascha Gerstner e o baterista Mark Cross.

Porém, a sorte não andava muito do lado do Helloween e o novo baterista só conseguiu gravar duas das doze canções que ficaram eternizadas no aniversariante do dia: “Don’t Stop Being Crazy” e “Listen to the Files“. Foi obrigado a deixar a banda por problemas de saúde e com isso, a banda convidou Mikkey Dee para gravar as dez faixas restantes. Certa vez, o baixista Markus Grosskopf falou sobre a participação do baterista, que hoje integra o Scorpions:

“Nós realmente o desafiamos. A última vez que ele tocou algo assim foi quando ele tocou no King Diamond nos anos 80 e esse tipo de contrabaixo tocando com esse tipo de coisa que estamos fazendo não é muito fácil de tocar e ele teve que se lembrar de todas essas coisas. Mas então ele foi, uma vez que ele tentou um pouco, ele voltou à pista muito rápido.”

O mesmo Markus Grosskopf falou sobre o título do álbum, após o período sombrio que a banda viveu. Ele se referia ao ditado inglês sobre “tirar um coelho da cartola”, ao mesmo tempo que pediu para que não se levasse a sério o nome que escolheram para batizar o aniversariante do dia.

Para a produção, a banda simplesmente esqueceu de Roy Z, que havia produzido o antecessor e convocou Charlie Bauerfeind e todos foram para a Espanha, mais precisamente em Tenerife, no Mi Sueno Recording Studios. O vocalista Andi Deris falou sobre o produtor. Aspas para o frontman:

“Mostra neste novo disco que é o maior fã do nosso gênero musical porque sabe separar as frequências e sabe onde tem que estar a potência. . Você tem que imaginar que esse tipo de música é tão cheio de frequências que é quase impossível mixar porque está muito sobrecarregado e você tem que destacar todos os instrumentos para poder ouvi-los todos.”

Musicalmente, temos um álbum um tanto quanto longo, são 61 minutos e uma espécie de retorno da banda às suas origens, calçadas no Power Metal e no chamado “happy happy Helloween”, já que “The Dark Ride” foi um álbum bastante diferente de tudo que a banda fez até hoje, soando mais pesado e sombrio, o que na opinião deste humilde redator que vos escreve, ótimo. Mas não era a essência do quinteto. Grosskopf afirmou à época que era essa sonoridade que a Nuclear Blast queria e a própria banda não gostaria de fazer uma continuação de “The Dark Ride“. Aliás, eles nem queriam fazer este álbum do jeito que ele foi concebido.

São doze as músicas escolhidas para fazer parte deste play, além de mais três faixas lançadas como bônus em edições limitadas. O destaque maior é para a faixa “Just a Little Sign“, que ganhou inclusive um videoclipe para ajudar na divulgação. Mas também podemos citar “The Tune” e “Liar“, como bons destaques. Porém, nenhuma música é lembrada nos shows atuais do Helloween, mas há uma explicação bastante plausível, pois hoje os antigos membros Kai Hansen e Michael Kiske estão de volta e ao vivo a banda dá preferência para as músicas dos anos 1980 e 1990, que, obviamente, são as mais notáveis da banda e que agradam aos fãs que se dispõem a pagar para vê-los em ação nos palcos.

O álbum teve performance discreta nos charts mundo afora: 11° no Japão, 12° na Suécia, 23° na Finlândia, 26° na Alemanha, 73° na Itália, 93° na Suíça e 119° na França. Após o lançamento, a banda caiu na estrada, tendo o baterista Stefan Schwarzmann (ex-Running Wild e Accept) como membro até o final da turnê, em 2004, quando deu lugar a Dani Löble, que permanece como dono das baquetas do Helloween até os dias atuais.

Como sabemos, desde 2016 a banda está com essa super formação e tem feito shows pelos quatro cantos do mundo, inclusive no Brasil, quando passou no Rock in Rio 2019 antes da pandemia e agora mais recente quando se apresentou no Monsters of Rock, no mês passado. Para nossa felicidade eles seguem na ativa e hoje é dia de celebrar esse play, que se não é um dos mais importantes, é parte do Helloween, essa banda que nós tanto admiramos e respeitamos. Então hoje é dia de celebrar esse play e desejar longa vida aos criadores do Power Metal.

Rabbit Don’t Come Easy – Helloween
Data de lançamento – 12/05/2003
Gravadora – Nuclear Blast

Faixas:
01 – Just a Little Sign
02 – Open Your Life
03 – The Tune
04 – Never Be a Star
05 – Liar
06 – Sun 4 the World
07 – Don’t Stop Being Crazy
08 – Do You Feel Good
09 – Hell Was Made in Heaven
10 – Back Against the Wall
11 – Listen to the Files
12 – Nothing to Weikath Say

Formação:
Andi Deris – vocal
Michael Weikath – guitarra
Markus Grosskopf – baixo
Sascha Gerstner – guitarra
Mark Cross – bateria em “Don’t Stop Being Crazy” e “Listen to the Files”

Participação especial:
Mikkey Dee – bateria